Secretários de Saúde de 32 municípios que compõem a IV Gerência Regional de Saúde estiveram presentes na manhã desta quarta-feira (22) em um encontro para apresentar soluções para melhoria da assistência materno-infantil nos municípios. O evento, realizado no auditório da Faculdade Maurício de Nassau, em Caruaru, foi uma iniciativa do Ministério Público que já vem buscando soluções para esta área.

O Consórcio Público Intermunicipal do Agreste Pernambucano e Fronteiras (Coniape), através do Núcleo Intermunicipal de Saúde (NIS), aproveitou a ocasião para apresentar a Rede Materno Infantil Consorciada, que é um trabalho desenvolvido através de um consórcio público, com pessoas que possuem a visão técnica, como proposta de desafogamento e regulamentação da rede materno-infantil dos 32 municípios integrantes da IV GERES.

De acordo com a proposta, o Coniape se dispõe a auxiliar os municípios que aderirem ao consórcio através da criação de núcleos específicos que vão dar aporte desde o início da gravidez até o momento do parto, direcionando a grávida para um hospital dentro de microregiões, evitando a superlotação de maternidades de referência.

Além disso, os municípios terão sobreguardados nestes núcleos à equipe que preconiza o Ministério da Saúde no que diz respeito a partos: sete obstetras, sete enfermeiras, sete pediatras e sete anestesistas, mantendo todos os dias da semana cobertos. “Nossa proposta é de criarmos quatro núcleos em cidades de referência que atenderiam aquela microrregião, sabendo que cada núcleo terá que ficar em localizações próximas dos municípios para que a grávida não precise se deslocar mais de 30 km”, disse Edjane Monteiro, secretária Executiva do Coniape. Segundo ela, o consórcio funcionaria como extensão dos municípios implantando o processo de regulação. “O processo tem início desde o primeiro exame quando é detectado que a mulher está grávida. A partir daí,  ela vai sendo acompanhada por esse sistema regulador com tudo que preconiza o protocolo da Rede Cegonha para que a partir dali ela receba uma assistência efetiva”, explica.

A proposta da Rede Materno Infantil Consorciada surgiu após estudos realizados pelo Núcleo Intermunicipal de Saúde do Coniape que diagnosticou que a maioria dos municípios não oferece estrutura para realização de partos e apresentam uma alta taxa de Evasão, pois estão encaminhando para outros municípios, causando um afogamento na rede de referência estadual, que deveria receber apenas os casos de alta complexidade.

Para o coordenador regional de saúde do Ministério Público, Dr. Paulo Augusto, ainda é preciso analisar em conjunto com os prefeitos, mas considera viável a proposta feita pelo Coniape. “Tem proposta que é relacionada a ampliação e melhoria do que já existe e tem proposta de reunião por microregiões através de consórcio público, onde eles teriam a oportunidade de ratear as despesas e as equipes de atendimento, para assistir determinada microrregião, como a inciativa apontada pelo Coniape e que vejo como interessante. O importante é analisarmos e discutirmos com prefeitos para identificarmos qual a melhor alternativa”, disse.

No próximo dia 15 de outubro, o Ministério Público irá se reunir mais uma vez para apresentar a proposta aos prefeitos e chegar num consenso em torno da problemática da rede materno-infatil.